Bo Xilai expulso do Partido Comunista por "erros graves"

O ex-dirigente do Partido Comunista Chinês (PCC) Bo Xilai, considerado até há pouco tempo uma figura política em ascensão, foi expulso do partido por corrupção, relações sexuais "múltiplas e inapropriadas" e envolvimento no caso do homicídio de um consultor financeiro britânico por sua mulher, Gu Kailai. A expulsão é justificada pelas "graves consequências"
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O anúncio da decisão foi feito através da agência oficial Nova China, que cita o documento emanado do Comité Executivo do PCC. Neste, a expulsão de Bo Xilai, que chegou a ser dado como provável candidato a assumir um cargo elevado após o XVIII.º Congresso do partido, cujo início está marcado para 8 de novembro em Pequim, é justificada por "atos contínuos de corrupção", "erros graves e abuso de poder no caso do homicídio voluntário" perpetrado por sua mulher e ainda de ter mantido "relações sexuais inapropriadas com várias mulheres".

A expulsão resulta das "graves consequências" para o PCC resultantes do comportamento de Bo Xilai, que será agora julgado. A expulsão terá de ser sufragada na reunião do plenário do Comité Central do PCC, que antecede o congresso, e que se inicia a um de novembro na capital chinesa.

Após o julgamento de sua mulher, Gu Kailai, pela morte do consultor britânico Neil Heywood - num hotel da província de Chongqing, dirigida na época por Bo Xilai -, que foi condenada a uma pena relativamente leniente (prisão perpétua com posssibilidade de sair após 25 anos de pena cumprida), a decisão do PCC de expulsar aquele que desempenhou vários cargos relevantes, antes de chegar à direção de Chongqing, significa que este era caso embaraçoso para a direção do partido e, também, como sucedeu antes de anteriores congressos e respetivas transições de liderança, uma ocasião para ajustes de contas e reequilíbrios de poder entre as diferentes facções do PCC. Bo Xilai era dado como integrado no "grupo de Xangai", do ex-presidente Jiang Zemin, em confronto com o "grupo da Liga da Juventude Comunista" do Presidente cessante Hu Jintao.

Bo Xilai, de 63 anos, era filho de uma das grandes figuras do PCC e contemporâneo de Mao, Bo Yibo, que morreu a 17 de janeiro de 2007.

A atuação de Bo Xilai foi particularmente desconcertante após ser conhecida a morte de Heywood, tendo exercido pressões sobre o popular chefe das forças de polícia na cidade, Wang Lijun, que se viu forçado a procurar refúgio no consulado americano. Circunstâncias que, nota o comunicado do Comité Executivo do PCC, causaram "enormes danos à reputação do Partido e do Estado" e tiveram "repercussões extremamente negativas na China e no exterior".

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